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O tema foi julgado em processo da massa falida da Vasp e a decisão foi unânime

A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) permitiu que a Fazenda Nacional habilite crédito tributário devido por empresa na ação de falência, mesmo após já ter ajuizado execução fiscal para a cobrança. Contribuintes costumam alegar o tema foi julgado em processo da massa falida da Vasp (Resp 1857055). A decisão foi unânime.

Esse foi o primeiro julgamento da tese na 3ª Turma da Corte. A 2ª Turma decide a favor da Fazenda e na 1ª Turma a discussão ainda está em aberto, segundo o procurador da Fazenda Nacional Marcelo Kosminsky. Para a Fazenda, é importante fazer o pedido na falência para ser intimada dos atos processuais e acompanhar o andamento do processo e a ordem de pagamento dos créditos.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) havia negado o recurso da Fazenda. Os desembargadores haviam considerado que, ao fazer o pedido na execução fiscal, ela renuncia a possibilidade de pedir na falência. Isso porque não se admite dupla garantia.

Já o STJ considerou que a Fazenda pode cobrar seus créditos na execução fiscal, também se habilitar na falência e depois escolher um dos caminhos. Para a relatora, ministra Nancy Andrighi, a Fazenda tem legitimidade para os dois pedidos e, ao definir qual caminho trilhará, há a renúncia do outro. Ou paralisação da tramitação, caso a execução fiscal tenha sido proposta antes da quebra da empresa.

A relatora citou precedente da 2ª Turma (Resp 1729249), que considera que a prejudicialidade da falência para satisfazer o crédito tributário não implica ausência de interesse processual no período de habilitação do crédito tributário ou penhora. O precedente ainda aponta que não há “excesso de garantia” para a Fazenda pois, se a empresa está em situação de falência, a satisfação do crédito tributário esbarra em mais dificuldades do que em situação regular da empresa.

Ainda segundo o precedente da 2ª Turma, a legislação dá à Fazenda Pública a faculdade de ajuizar execução fiscal ou habilitar seu crédito no processo falimentar, mas não estabelece que optar por uma das formas de cobrança impede a utilização da outra. Para a 2ª Turma, não há perigo na duplicidade de pagamento.

Fonte: Valor Econômico – Beatriz Olivon
Foto: Freepik – Banco de imagem

2 thoughts on “STJ libera cobrança de tributos em ação de falência e execução fiscal

  1. Arivaldo Barreto says:

    Considerando a sustentação dos votos, podemos dizer que os ministros não entraram na discussão trazida pelos novos artigos que falam da execução fiscal nas falências? A 14112/2020 trouxe a suspensão das execuções fiscais em casos de falência, portanto pode-se considerar que , em verdade, o STJ desconsiderou a tese de inconstitucionalidade levantada pelo Dr. Marcelo Sacramone e, ao mesmo tempo, considerou apenas a possibilidade de não renúncia à execução fiscal, porém a suspendendo?

  2. Arivaldo Barreto says:

    A Decisão restringiu-se à possibilidade de tramitação regular das execuções fiscais, como previsto pelas alterações legais, nas recuperações judiciais, deixando a análise sobre alteração das constrições para o juízo recuperacional. Dentro do que poderia ser esperado pelas alterações. No entanto, não adentrando na discussão das execuções das falências. Parece-me que o título e teor desta matéria induz a outro entendimento, não!?

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