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Dilermano Mota vê necessidade de mais provas para atestar inviabilidade da empresa

 

O desembargador Dilermano Mota suspendeu, no último dia 16, a decisão do juiz Felipe Barros que decretou, em 19 de julho passado, a falência da empresa Multdia. De acordo com a nova medida judicial existe “a necessidade de maior dilação probatória, capaz de atestar a efetiva ‘inviabilidade de manutenção da atividade da Multdia’”.

Para Dilermano Mota, a decisão do magistrado da 3ª Vara da Comarca de Macaíba, que decretou a falência, traria consequências negativas. “A interrupção da atividade econômica da empresa afetará diretamente o emprego de seus funcionários, e de toda cadeia produtiva, impactando frontalmente a economia local”, entendeu.

Antes de devolver à Multdia Indústria e Comércio S/A o ‘status’ de empresa em recuperação judicial, o desembargador consultou o juiz Felipe Barros, que reiterou os motivos que levaram ele a decretar falência.

“Anoto, por derradeiro, que as medidas tomadas após a quebra da empresa, além de intempestivas, não se revelaram idôneas para alterar a decisão de convolação (que transformou a recuperação judicial em falência), pois são, em boa parte, apenas promessas que os controladores da falida mais uma vez apresentam no intuito de prolongar o processo de recuperação judicial que, em razão de ter se arrastado por quatro anos sem resultado útil, já demonstrou, à saciedade, a irrecuperabilidade da Multdia”, escreveu o juiz ao desembargador.

Apesar do que foi dito por Felipe Barros, Dilermano Mota viu evidências de retomada da atividade produtiva e até de faturamento da Multidia. “Notadamente as Notas Fiscais emitidas pela agravante, datadas de fevereiro/2019 a maio/2019, período anterior, portanto, à sentença de convolação”, observou.

História

A trajetória da Multdia começou a mudar em 2010, quando o fundo de investimentos Rio Bravo Investimentos – que reúne vários fundos de empregados e patrões de instituições com a Chesf, Caixa Econômica, BNDES e Banco do Brasil – adquiriu ações majoritárias da organização e assumiu a administração junto aos sócios locais.

Em 2012, o empresário potiguar e então presidente desde o início da empresa, Eduardo Patrício foi destituído do cargo, e em seu lugar foram nomeados gestores vindos de outros estados, que não tinham o ‘Know how’ do negócio e em 2015 a empresa demitiu 150 funcionários e entrou em recuperação judicial.