O motivo é a ordem de execução de penhora de 65% da produção da empresa, expedida no fim da semana passada pelo Tribunal de Justiça, ou seja, em segunda instância. A percepção é de que, como a Atvos opera com caixa apertado, o bloqueio de mais de metade da produção coloca a companhia na rota da recuperação judicial.
O fundo norte-americano Lone Star foi quem pediu a penhora porque tem em carteira R$ 1 bilhão em debêntures vencidas da empresa. A dívida total da subsidiária da Odebrecht já beira os R$ 13 bilhões. A companhia produz e comercializa etanol, açúcar e energia elétrica através da cana-de-açúcar e biomassa.
A chance de reversão do processo relacionado à Atvos existe, mas uma eventual tramitação do tema no Superior Tribunal de Justiça poderia demorar mais do que o fôlego financeiro da empresa, uma vez que a decisão do TJ se manteria válida ao longo desse período.
Há uma tentativa de negociação com bancos credores, sendo Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social os principais.
Procurados, BNDES e BB não comentaram.
Se o pedido de recuperação judicial for concretizado, a Atvos será a primeira empresa do grupo a recorrer à proteção judicial.
Esse caminho vinha sendo evitado desde dezembro de 2015, inclusive na própria Atvos. Um pedido semelhante acabou engavetado com o fechamento de um acordo da holding com bancos, em 2016, para reestruturar a dívida da sucroenergética.
Na ocasião, a Odebrecht ofereceu pela primeira vez as ações da Braskem como garantia aos bancos. Procurada, a Atvos diz não descartar a adoção de medidas legais para preservar a operação de suas unidades agroindustriais, embora busque acordo amigável com credores.
Com informações adicionais do Valor Econômico
Fonte: Nova Cana